Quando a Professora de Arte, Dorothea Fraucke Wieczorekse se propôs a trabalhar com seus alunos do CEEBJA Toledo o conteúdo Arte do Paraná, de maneira diferenciada, ela não imaginava aonde a atividade iria chegar. Por sugestão do livro de Arte, começou-se a pensar em uma atividade prática para aprofundamento do estudo, e as atividades acabaram se concentrando no Pinheiro e na Gralha Azul, dois símbolos do Paraná. A ideia inicial tomou tamanha proporção que se tornou um projeto de sucesso, ultrapassando o conteúdo didático da disciplina.

Em livros, no laboratório de informática e na própria experiência pessoal, os alunos foram buscando materiais relacionados à arte e aos temas propostos. Após muita pesquisa e estudos em arte, a Professora propôs atividades que resultaram em diversas práticas, onde foram desenvolvidas as técnicas de: grafite, colagem, mosaico, artesanato com pinheiro e nó de pinho, desenho em telhas, elaboração de cartazes, produção de poesia, que possibilitou aos educandos variadas formas de criação artística.

A Professora deu significado ao conteúdo e ao conhecimento, contextualizando e possibilitando aos educandos socializarem suas vivências e experiências nas aulas de Arte. Foram trabalhadas questões regionais, por meio de pesquisas, para se elaborar um diagnóstico, tais como: quem é o paranaense, sua música, poesia, dança e relações com o meio ambiente. A cada pesquisa, novas descobertas. “Eles ficaram impressionados com a quantidade de informações disponíveis. Como é o caso do Pinheiro, que faz parte da história de muitos estudantes e seus familiares, que relatam o saudosismo do tempo em que se viam árvores e animais em grandes quantidades em nossa região. Também se fez a descoberta de que ainda há a gralha azul do peito amarelo em nossa região”, comenta Dorotheia.

Os trabalhos e pesquisas foram crescendo, tomando corpo, de forma interdisciplinar, envolvendo outras disciplinas, outros profissionais da escola. É o caso do Agente Educacional Alcione de Oliveira Queiroz, responsável pelo Laboratório de Informática. Alcione é formado em Biologia, e contribuiu com questionamentos e apontamentos para a construção do conhecimento sobre a árvore-símbolo do Paraná: “Vocês sabem quem planta o Pinheiro? Sabiam que existe pinheiro macho e pinheiro fêmea? Vocês sabem como identificar? E o processo de fecundação, até se formar a pinha, já viram como acontece?”, questionava, despertando nos estudantes a curiosidade e interesse pelos conteúdos da disciplina. Outra questão, observada pelos Professores foi que a maioria dos trabalhos foram desenvolvidos com sucatas e materiais recicláveis, refletindo-se, também, sobre a importância da preservação ambiental.

Os estudantes aprenderam, pesquisaram, experimentaram, criaram, tiveram diferentes oportunidades de compartilhar o conhecimento. “Quando começamos, eu achei que seria uma pesquisa rápida, que a gente faria em uma aula e pronto, mas não, foi despertando uma vontade de saber mais e de aprofundar sobre o assunto, de participar da montagem das atividades. Mais que o tempo, o aprendizado sobre nossa história e a realidade da cultura do nosso estado foi muito grande, o que é muito importante, afinal somos paranaenses e devemos cuidar e difundir a nossa tradição, fazer a diferença em todos os sentidos e passar isso para nossos filhos, amigos e quem mais queira apreciar a nossa cultura. Espero que mais pessoas conheçam o tamanho e o valor dessa riqueza que temos, assim como aconteceu comigo. Fiquei muito feliz pela oportunidade de conhecer tudo isso e de ter feito essa atividade”, relata o estudante Jeferson Ramos da Silva.

“Pesquisamos muitas coisas sobre o Pinheiro, a Gralha Azul e ficamos sabendo do ratinho que planta a semente do pinheiro, quase ninguém sabia que era ele quem plantava. Fiz trabalhos de pintura em telha e pesquisamos sobre as calçadas de Curitiba”, relata Jéssica Michele Winter.
As produções dos alunos foram colocadas em exposição e posteriormente aberta à visitação ao público.

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