O Colégio Estadual Agrícola de Toledo (CAET) realizou, nos dias 19 e 20 de novembro, a 8ª Mostra Técnica e a 3º Feira de Ciências do CAET. As atividades envolveram todos os estudantes, sendo os 1º anos os responsáveis pela Feira de Ciências e os 3º pela Mostra Técnica. Já os estudantes dos 2º anos foram monitores, acompanhando e orientando os visitantes nas exposições: 30 setores de unidades didático produtivas e mais 20 trabalhos da Feira de Ciências. O Colégio Agrícola de Toledo atende a 300 alunos em período integral, sendo que 200 moram no colégio durante a semana, em sistema de internato. Entre os estudantes, 34 são meninas.

A abertura do evento aconteceu na quadra do colégio, contando com a presença de grande público. Entre as autoridades presentes esteve o chefe do NRE, professor Léo Inácio Anschau, a coordenadora do departamento educação profissional do NRE, professora Claudete Miola, o secretário da Agricultura e Abastecimento do município, José Augusto de Souza, representando o prefeito de Toledo, o chefe do Núcleo Regional da SEAB, Eloir Sebastião Pape, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Toledo, Delvo Baldin, o engenheiro agrônomo e fiscal da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) da regional de Toledo, Ricardo Moraes Witzel, a presidente da Associação de Pais Mestres e Funcionários – APMF, Maria Gorete, juntamente com pais de alunos, servidores, demais autoridades e representantes de empresas e setores ligados à agropecuária e ao setor produtivo regional.



O diretor administrativo do CAET, professor José Luiz Sagrado explicou, na ocasião, que os trabalhos em exposição são resultado dos conhecimentos que os alunos obtiveram ao longo do seu tempo de estudos, incluindo os projetos desenvolvidos no período do internato, que ultrapassa a carga horária prevista pelo Curso Técnico em Agropecuária. “Os professores procuram repassar o que há de mais moderno, para que os estudantes saiam daqui atualizados com o que há de melhor no mercado”, disse.



Sobre a Mostra Técnica, José Luiz ressaltou que é uma oportunidade para os pais e toda a comunidade acompanharem a valorização do conhecimento no segmento agropecuário, e para que os alunos tenham a oportunidade de expandir esses conhecimentos para outras pessoas, ”preparando eles para exercerem a profissão de técnicos em agropecuária e para a continuidade de seus estudos, em um curso superior”. O diretor lembrou, ainda, que os conhecimentos práticos são essenciais para os futuros técnicos agrícolas. “A prática vai dar uma experiência maior. Aqui, o aluno “põe a mão na massa”, o que é essencial para criar afinidade com as práticas e para desenvolver o gosto pelo que está sendo estudado e para o crescimento profissional, dentro do que ele está estudando”, lembrou.

Já o chefe do NRE, professor Léo Inácio Anschau, destacou que a escola em tempo integral é o modelo certo para a educação e que este modelo, construído através das escolas agrícolas do Paraná, pode ser estendido para as outras escolas, gradativamente, “oportunizando um tempo maior de permanência na escola e assim alcançar índices positivos de conhecimento, que é o que todos nós queremos”. Anschau também agradeceu aos pais a confiança de deixar seus filhos “nas mãos” dos profissionais da educação do CAET e ressaltou a importância dos pais participaram da vida escolar de seus filhos.

Exposições


Na unidade didático produtiva de Horticultura, um dos grupos apresentou a Horta Mandala, que consiste na junção de animais e horta orgânica. Os estudantes explicaram que galinhas são utilizadas para produção de esterco e para acabar com as ervas daninhas da plantação, em conjunto com algumas plantas que servem como repelentes para os insetos, ciclos de produção diferenciados para que o produtor não fique sem hortaliças em nenhuma época do ano, e utilização de espécies resistentes ao sol. “A grande vantagem é a economia: economiza-se na alimentação dos animais, na não utilização de inseticidas e no aproveitamento do esterco produzido pelas galinhas, além de agregar valor ao produto, por serem orgânicos”, explicou Juliane Patrícia de Oliveira.



O grupo do qual as estudantes Ana Luiza Bortolini Baciquette e Laisa Bortolaci fizeram parte apresentou a cultura do bicho da seda. Elas explicavam que no Noroeste do Paraná 29 municípios cultivam o bicho da seda, o que coloca o estado como um grande produtor nacional. De acordo com levantamento do grupo, em torno de quatro mil famílias cultivam o bicho da seda, com predominância da Agricultura familiar, o que agrega uma boa receita em recursos extras. As estudantes destacam que o colégio oferta o ensino de todas a técnicas de manejo, produção e culturas. “O colégio nos prepara, também, para o mercado de trabalho, para que ao sairmos para outras regiões possamos estar preparados”, comenta Laisa, ao lembrar que o Paraná é o estado brasileiro que mais prepara Técnicos Agrícolas.

Participação dos Pais


Gerson Ferreira dos Santos veio com a família, de Tupãssi, acompanhar as exposições. Ele é pai do estudante João Vitor Rizzato dos Santos e ficou feliz por seu filho ter escolhido o colégio para estudar, uma vez que a família tem raízes no campo. “Isso já vem da cultura da família, meu pai foi agricultor e hoje trabalha com gado, no Mato Grosso. Apesar de morarmos, atualmente, na cidade, achei muito bom ele optar por esse caminho, acho que nesse espaço da agropecuária terá um futuro muito interessante”.

Os pais dos estudantes Willian Rupolo e Gabriel Rupolo trabalham com lavoura e vacas leiteiras em Campo Bonito, a 130 km de Toledo. O pai, Celso Rupolo, comenta que as famílias precisam valorizar o estudo de seus filhos em um colégio agrícola. “Eles aprendem bastante, gostam do colégio e já indicaram para outros alunos”. Segundo ele, o CAET é uma referência regional. “Viemos aqui algumas vezes, até conseguir as vagas. Como nossos filhos são gêmeos, ficamos felizes em conseguir as duas vagas”, comenta, ao elencar o sistema de internato como uma grande vantagem, uma vez que seus filhos retornam para casa somente no final de semana.

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