Unidade passará a denominar-se Colégio Estadual Indígena Kuaa Mbo’e

Está em fase de implantação na Aldeia Tekohá Añetete em Diamante do Oeste, o Ensino de Jovens e Adultos EJA Indígena. Este será o primeiro Colégio do Núcleo Regional de Educação de Toledo – NRE, a ofertar essa modalidade de ensino.

A iniciativa partiu da necessidade e interesse dos indígenas em dar continuidade aos trabalhos do Programa Paraná Alfabetizado, iniciado em 2009. “Os adultos começaram a ter uma visão diferente da escola a partir dessa experiência de retorno aos estudos”, afirma o diretor da Escola, agora Colégio Estadual Indígena Kuaa Mbo’e, Jairo César Bortolini. Este é um momento de grande importância para o Colégio e para a comunidade. “Em 2010 foi encaminhado o processo e agora tivemos a autorização de funcionamento, a parte do NRE já aconteceu, cabe agora a nós aqui da escola a continuidade deste trabalho” completa o diretor.

A Coordenadora de EJA no NRE, professora Simone Dietrichkeit Zucchi, destaca que essa é a primeira vez que se implanta essa modalidade, EJA Indígena, neste Núcleo Regional de Educação. “É, sem dúvida, um desafio para esta modalidade de ensino, pensar e organizar em seu currículo as relações com a Educação Indígena, tendo em vista que sua identidade se constrói a partir dos sujeitos, que estabelecem vínculos com um modo específico de organização e trabalho, com os saberes e culturas que se produzem no campo e, contudo, sem perder de vista os conhecimentos e a cultura historicamente acumulada na comunidade indígena de um modo geral”, completa a coordenadora.

Encaminhamentos legais

As etapas de autorização do curso, alteração de nomenclatura e documentação escolar já foram concluídas a as atividades com os alunos iniciam já no segundo semestre deste ano. Estão previstas, em um primeiro momento, a formação de uma turma de EJA fundamental, fase 1, outras de fase 2 e uma de EJA ensino médio.

A formação dessas turmas atende a uma demanda de 50 a 60 alunos, desde jovens até adultos em torno dos 60, 70 anos. “Alguns desejam retornar aos estudos, outros nunca tiveram oportunidade de estar em uma escola”, explica o diretor do Colégio Indígena.

A Educação de Jovens e Adultos tem papel fundamental na socialização dos sujeitos, pois agrega elementos e valores que contribuem para a emancipação da identidade cultural do educando. Este é um processo que abrange todo o processo formativo e se desenvolve na vida familiar, na convivência humana nas diversas etnias e nas manifestações culturais. “O atendimento à escolarização de jovens, adultos e idosos, não é voltado exclusivamente a uma característica etária, mas a articula-se com a diversidade sócio-cultural de seu público, neste caso, educação indígena”, completa a representante do NRE.


Equipe do NRE, Juntamente com Diretor do Colégio e professores

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