25 alunos participaram do Projeto Empreendedores Sustentáveis.

Uma verdadeira aula de consciência ecológica e desenvolvimento sustentável. Talvez essa seja uma boa forma de descrever as atividades produzidas pelos alunos da disciplina de sustentabilidade, no Colégio Estadual Dario Vellozo, em Toledo. Os trabalhos estão em exposição desde terça feira e seguem até a noite de hoje (04), durante os intervalos das aulas.

O Projeto Empreendedores Sustentáveis surgiu da proposta da professora Marylis Cristina Zeni, durante as Atividades do Contraturno Escolar, na disciplina de Sustentabilidade, e consistiu em escolher uma cadeia produtiva que possibilite a diminuição dos impactos negativos sobre o meio ambiente, decorrentes do descarte indiscriminado de resíduos e materiais produzidos pela sociedade.

Motivados pela professora, os alunos se reuniram em grupos e começaram a pensar em algumas propostas de desenvolvimento sustentável e reaproveitamento de materiais. “No laboratório de informática eles puderam pesquisar sobre o tema escolhido, quais os pontos positivos e negativos do uso de inúmeros materiais”, cita a professora. Como base para as pesquisas foi utilizado o site do Ministério do Meio Ambiente – MMA, do qual os alunos tiraram os passos e procedimentos que orientaram as pesquisas.

Em um segundo momento foi exposto ao colegas o que cada grupo pretendia fazer, quais os materiais seriam utilizados e como iriam desenvolver a atividade. Após essa etapa a professora orientou os alunos a montarem um passo a passo, a partir do qual foi possível o acompanhamento e avaliação diária, identificando progressos e dificuldades na elaboração e desenvolvimento do projeto.


A partir de pesquisas os alunos apresentaram alternativas de desenvolvimento sustentável.

As atividades desenvolvidas pelos alunos foram: Reciclagem de derivados do Petróleo (reaproveitamento do óleo) para a produção de piche; Reaproveitamento e produção de garrafas Pet; Uso e funcionamento da Energia Aeólica; Construção de casas sustentáveis a partir de materiais reaproveitados (tijolos e telhas) e de madeira de eucalipto.

A atividade envolveu os 25 alunos, durante três semanas. Para a professora Marylis o projeto foi produtivo, pois os alunos conseguiram entender a proposta e abraçaram a causa. “Eles foram além da teoria, levando o aprendizado para o dia a dia. Ao final de todas as aulas deixaram a sala limpa e arrumada e reaproveitaram até mesmo os materiais coletados que não foram utilizados na elaboração dos trabalhos”, relata.


Maquetes de Usina de Reciclagem de derivados do Petróleo para produção de piche e processamento e produção de garrafas Pet, respectivamente.

A aluna Natália explica como surgiu a ideia de produzir uma maquete de usina de reciclagem. “A partir da pesquisa sobre reaproveitamento do lixo, surgiu a questão da utilização e reciclagem das garrafas Pet, que é um produto que demora muito tempo para decompor. Depois disso fizemos uma pesquisa para entender como funciona uma empresa que trabalha com esses materiais e, a partir daí, tivemos a idéia de fazer a maquete mostrando como são coletadas as garrafas usadas, derretimento e moldagem de novas garrafas Pet”. A aluna também comenta que o projeto ajudou a compreender e conscientizar sobre a necessidade de se reaproveitar os materiais.

Já Luiz Gustavo, fala que o projeto foi desenvolvido com base em pesquisas e também na reflexão sobre o consumismo. “Ficamos uma semana no laboratório de informática, buscando de que maneira poderia ser elaborado um projeto de sustentabilidade e entendemos que, para que realmente fosse aplicado a sustentabilidade, nenhum material poderia ser comprado, por isso todos os materiais utilizados foram recolhidos no próprio colégio”, comenta o aluno. “Precisamos entender que a sustentabilidade é algo necessário, pois a cada dia temos menos matéria prima à nossa disposição”, reflete.


Alunos explicam para representante do NRE a casa sustentável e o uso de energia solar.

Sobre o mesmo assunto, sua colega Dienifer comenta que o objetivo de seu grupo foi montar uma maquete mostrando que é possível reaproveitar os materiais. “Ultimamente temos visto muito lixo jogado por aí. Muitas coisas que as pessoas compram e depois jogam fora podem (e devem) ser usadas outras coisas”. Esse foi, também, o ponto de partida do grupo de Letícia, que apresentou a proposta de casas ecológicas, energia solar e carros elétricos. “Podemos construir nossas casas com madeira reflorestada e eucalipto. O objetivo foi mostrar que é possível um mundo mais sustentável e que nós podemos fazer o mundo melhor a partir de idéias simples”, finaliza a aluna.


Professoras Marlise, Coordenadora da Educação em Tempo Integral e Marylis, que trabalha com os alunos na escola.

Contraturno Escolar
As atividades de Contraturno Permanentes iniciaram esse ano nas escolas e são importantes para a expansão das Jornadas Escolares. De acordo com a Professora Marlise Hofstaetter Zanini, Coordenadora das Atividades de Complementação Curricular no NRE de Toledo, o caminho da educação em tempo integral passa pela mudança da cultura do tempo de estudo que, em nosso país, é de quatro horas diárias e que precisa ser estendido para, no mínimo, sete horas. Segundo ela, este maior tempo de permanência do aluno na escola, através destas atividades, colabora para essa mudança de pensamento. “Percebemos pela exposição do trabalho que os alunos estão gostando, os professores estão empolgados e a escola está se aplicando e investindo muito nessa ampliação de jornadas escolares. Visitar atividades como esta nos dá um sentido de triunfo deste projeto e do investimento que o Estado está fazendo nas atividades do Contraturno Escolar”, afirma.

Veja fotos da exposição
Página do Ministério do Meio Ambiente.

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