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08/11/2011

Alfabetizandos do PPA Desenvolvem Projeto de Reciclagem

Duas turmas de alfabetização do Programa Paraná Alfabetizado (PPA) em Toledo, estão descobrindo tesouros em seus quintais: onde antes havia entulhos de lixo, agora há hortas de verduras e plantas medicinais, ao mesmo tempo que garrafas descartáveis e outros materiais se tornam belos artesanatos. Tudo isso graças ao projeto “Eu Cuido do Meu Quintal”, desenvolvido pela alfabetizadora Soeli Alves Ramos, que leciona para as duas turmas na Escola Municipal Anita Garibaldi, no Jardim Europa.

Soeli conta que o projeto surgiu da percepção de que havia muito entulho nos quintais de seus alfabetizandos. Como alguns trabalham com coleta seletiva, ela pensou em desenvolver um projeto voltado a esta temática, e trouxe para suas aulas este Tema Gerador, como forma de conscientização e politização, enfatizando a higiene e a saúde. “Começamos discutindo em sala de aula sobre reciclagem (coleta seletiva), e sobre as epidemias. Logo os afabetizandos perceberam a necessidade de limparem seus quintais, tanto pela beleza visual quanto para eliminação dos focos de mosquitos que estavam se tornando comuns no meio de tanto lixo acumulado”, relatou a educadora.


Hortaliças frescas no quintal de casa.

Mãos a obra
Extrapolando as barreiras da sala de aula, os alunos realizaram a limpeza de seus quintais e observaram que havia um espaço vazio e limpo a disposição, que poderia ser aproveitado de alguma forma. Então, porque não fazer uma horta? Assim, muitos decidiram o que plantar: hortaliças, temperos, chás, flores ou mesmo árvores frutíferas, e ainda: tudo sem agrotóxicos e com baixo custo.

Foi assim que o depósito de lixo da dona Creoni Nines Pires, de 46 anos, tornou-se uma bela horta. “O quintal era um canto onde a gente só amontoava as folhas e jogava o lixo. Hoje tenho uma horta, consumo hortaliças fresquinhas com minha família e os vizinhos. É muito bom”, afirma a alfabetizanda.

O alfabetizando Sebastião Ferreira, de 62 anos, também concorda. “É importante plantar, fazer uma horta porque aí a gente sabe o que está comendo. Não tem veneno, além de o lote ficar limpo. Aí, se precisar de uma cebolinha ou um chá, é só colher”, comenta.


Cebolinha saborosa para temperar a comida, e sem agrotóxicos.

Artesanato
Algumas alfabetizandas focaram no aproveitamento do material para o artesanato. Com o auxílio da professora, investigaram e criaram diferentes utensílios domésticos muito úteis como porta papel-higiênico, porta-sabonete, puxa saco, floreiras, arranjos de flores entre outros. Assim, foram descobertas excelentes artesãs que com esse novo trabalho estão complementando a renda familiar.

“Teve vezes que eu precisei pagar a conta da luz e não tinha dinheiro. Aí, fazia uns quinze porta papel higiênico de garrafa pet ou de amaciante, e saia pelas ruas oferecendo de porta em porta. No final do dia eu já tinha o dinheiro suficiente”, relata a alfabetizanda Janilda Froza de 52 anos.

Ela não foi a única a complementar a renda com o artesanato a partir de materiais recicláveis. “Com o lixo que estava espalhado no lote, eu fiz lindos arranjos de flores que servem para enfeitar minha casa, presentear e principalmente vender, para completar a renda familiar”, disse Maria Aparecida Silvestre Alves, de 38 anos.


Artesanato complementa a renda familiar.

Próximo Passo

O próximo passo do projeto “Eu cuido do meu quintal” será a produção de adubo orgânico, pelo método de compostagem. Utilizando recipientes recicláveis, os alfabetizandos aprenderão a produzir adubo a partir de restos de alimentos como cascas, sobras, folhas e terra. Também está prevista uma palestra com um biólogo para ensinar e auxiliar neste processo.

Para a Coordenadora Local de Alfabetização, Cleonice Dumke, o Tema Gerador abordado para o trabalho veio ao encontro das necessidades do grupo, despertando o interesse dos alfabetizandos. “Tudo que eles abordam nas aulas colocam em prática em casa. É uma lição para a vida: pequenas ações se tornam grandes quando colocadas em prática de forma contínua. Isso é perceptível aqui”, opina Cleonice.

Já a Coordenadora Regional do PPA, Luciléia Albarello, destaca que esta atividade representa a metodologia de Paulo Freire para a alfabetização de jovens e adultos colocada em prática. “Me entusiasmo quando vejo que a metodologia de Paulo Freire para a educação de adultos esta sendo posta em prática pela alfabetizadora Soeli, através do desenvolvimento de Temas Geradores que atendem as necessidades específicas do grupo, realmente um trabalho transformador e significativo, digno de reconhecimento do Programa Paraná Alfabetizado”, afirmou a coordenadora.

Alfabetizandos exibem os frutos do projeto "Eu Cuido do Meu Quintal".

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