Com a proximidade dos meses mais frios do ano, muitas pessoas acabam deixando de lado os cuidados com relação ao mosquito da Dengue, que se prolifera mais intensamente no verão. Mas isso não significa que o Aedes Aegypti esteja “hibernando”. Especialistas de todo o Brasil avisam que o inverno é o período certo para combater esse mal e evitar uma epidemia ainda maior quando chegar as chuvas.

Quem também está combatendo ativamente o mosquito da Dengue são os alunos do Centro Estadual de Educação Básica de Jovens e Adultos – CEEBJA, de Toledo. A semana de combate a dengue aconteceu em abril, e nela os alunos descobriram uma triste realidade: verdadeiros depósitos de lixo nas ruas, acumulando água parada e inevitavelmente ploriferando larvas do mosquito. “Os alunos realizaram um passeio pelas ruas do centro da cidade e viram e registraram o descaso com as vias públicas, descaso esse que concluímos ser tanto do poder público (pela falta de lixeiras nas calçadas), como da própria população, que descarta todo o tipo de lixo pelas ruas, jogando no chão, perto de muros e em terrenos baldios”, relata uma das professoras responsáveis pela atividade, Ivanir Vendramini Rotter (prof. Vânia), da disciplina de Biologia.

Outra professora responsável pelas atividades de combate a dengue foi a professora Josefina Costa da disciplina de Biologia, para ela é preciso intensificar as campanhas de prevenção não apenas nas residências, mas também nas vias públicas, “Todas as campanhas, até agora, batem muito só nos cuidados que devemos ter em casa, com o quintal, os pratinhos de folhagens, enquanto que as vias públicas, onde as pessoas transitam, estão sendo esquecidas, faltando fiscalização, faltando lixeiras ao longo das ruas e avenidas para tentar diminuir o lixo jogado no chão, nos cantos dos muros e em terrenos baldios”, opina. Com a atividade sugiram reflexões, “Achei muito interessante, passei a prestar mais atenção no lixo das vias públicas e agora me pergunto: quem paga a multa, quando os focos da Dengue estão nas ruas? Porque nas casas, quando é reincidente o foco, o proprietário é multado”, questiona Tânia Martins Maestre, aluna do CEEBJA.

Passada a semana da dengue, os trabalhos continuam: os alunos de Ciências e Biologia aprenderam a fazer um repelente caseiro a base de citronela e o produziram para ser experimentado na sala de aula e em casa. Organizaram também um verdadeiro “arrastão”, onde a cada 15 dias saem às ruas recolhendo todo o lixo que encontrarem pela frente e de locais inadequados. O próximo passo é conversar e conscientizar a população, sobre onde e como jogar o lixo.

A preocupação dos alunos tem fundamento: segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS a dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A OMS estima que entre 50 a 100 milhões de pessoas se infectem anualmente, em mais de 100 países, de todos os continentes, exceto a Europa. Cerca de 550 mil doentes necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em conseqüência da dengue.


Na Semana de Combate a Dengue os alunos realizaram atividades em todas as disciplinas, e fizeram uma exposição. O mosquito da dengue acima foi confeccionado em EVA e instalado no hall de entrada do CEEBJA Toledo.


Nas disciplinas de Ciências e Biologia, realizaram um passeio pelas ruas do centro de Toledo, que resultou em reflexões e atitudes.


Os alunos encontraram garrafas atiradas na rua...


... e constataram na prática que elas podem ser criadouros de larvas.


Mais lixo nas vias públicas...


As encostas de muros, beiradas de meio-fio, e canteiros de árvores nas vias públicas estão servindo de lixeira para os transeuntes.

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