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09/10/2009

Professor e Poeta

O professor Luiz Carlos Salami, documentador escolar de São Pedro do Iguaçu, foi o 1º colocado no Concurso Literário ‘Servir Com Arte’, na categoria poesia, com o poema “Dom Quixote”. Conheça esse educador que afirma se identificar com o cavaleiro andante e seu embate contra os moinhos de vento.

ENTREVISTA
Assessoria - Como você se sentiu sendo o 1º colocado?
Luiz Carlos - Confesso que foi uma gratíssima surpresa, pois acredito que muitas pessoas de talento, de vasta experiência, participaram desse evento cultural. O sentimento maior é o de recompensa por um labor intelectual e literário que consumiu muitas horas de sono, muitos momentos de pesquisa, sempre no sentido de cutucar e acordar a criatividade enraizada nas profundezas da mente. Apesar do primeiro lugar, reconheço minhas limitações, e jamais esqueço o que aconteceu com Fernando Pessoa, que ao participar de um concurso de poesia em Lisboa, o famoso poeta lusitano tirou um modesto segundo lugar. Alguém, por acaso, se lembra de quem tirou o primeiro lugar?

Assessoria - Essa não é a primeira vez que você ganha um prêmio literário. Na sua opinião, qual a importância destes concursos para os autores regionais?
Luiz Carlos - Essa é a segunda vez que conquisto um prêmio literário. A primeira vez foi em 2002, num concurso de poesia do qual podiam participar somente escritores dos países do MERCOSUL. E a segunda vez, foi agora, em 2009.
Os concursos, ao menos para mim, têm um sentido de provocação; a capacidade criadora é posta à prova, é instigada a criar, recriar, tentar ultrapassar os limites da perfeição. Para autores regionais, é uma excelente alternativa de divulgar o próprio fazer literário.

Assessoria - Por que você se inspirou em Dom Quixote?
Luiz Carlos - Desde 1968 publico por conta própria meus trabalhos. Nessa longa caminhada, deparei-me com muitos “moinhos de vento”, recusas, desconfiança, quando não menosprezo. A saga do cavaleiro andante, sempre foi uma fonte de inspiração para mim. De certa forma, somos todos “dons quixotes” nessa louca aventura da existência, permeada de momentos felizes e trágicos. A exemplo de Dom Quixote, também tenho minha amada, a poesia, e por ela empunho a arma da palavra para decifrar e enaltecer os sentimentos mais nobres da alma humana. Dom Quixote ou não, sou apenas um poeta, o menor entre os menores. Crio metáforas que procuram evidenciar a face ora iluminada, ora sombria da existência.

Luiz Carlos Salami tem 66 anos, há 24 é professor de Língua Portuguesa e Língua Inglesa, na Rede Estadual de Ensino. Hoje, trabalha como Documentador Escolar no município de São Pedro do Iguaçu. Desde 1968, publica por conta própria seus trabalhos. Autor de dez livros, sendo três de auto-ajuda e sete de poesia, foi premiado em 2002, pela Fundação Cultural de Foz do Iguaçu, com a poesia “Pandorgas”, e agora em 2009, no Concurso Literário Servir Com Arte, com a poesia “Dom Quixote”, sob o pseudônimo de Palmares. Em 2010, o poeta publicará seu décimo primeiro livro, com o título de “Dom Quixote.”

POEMA PREMIADO

Dom Quixote

I

Singro em água mansa
o barco parece firme
mas a alma balança

teus moinhos de vento
com espadas de papel
cravadas no tempo

lúgubre lamento
na serra do rola-moça
um réquiem ao vento

estrela cadente
no firmamento desliza
some num repente

relinchos relinchos
nos confins duma savana
quem corteja a dama

uma brisa branda
embala a breve soneca
duma salamandra

cavaleiro andante
rudes combates à vista
sus, sus rocinante

por mais que tu cismes
nunca atinas com o rumo
dos gansos, dos cisnes

mente machucada
pela dor do amor perdido
dor, dor tresloucada

un nuevo camino
uma paixão sem, sem fim
sonho dum menino

numa ribanceira
formigamente descansa
tamanduá-bandeira

Sancho, devagar
teu calcanhar-de-aquiles
pode te matar

II

Não sou Dom Quixote.
Nem Sancho Pança. Na ponta
da minha caneta
afiado gume de lança

Uma tarde inteira
para esculpir uma trova –
a trova de amor
num tronco duma palmeira.

Triste Fim. O Fim
de Policarpo Quaresma.
Vai-se a rubra rosa.
Fica o fecundo jardim.

Vida – trama tola
Tanto nos faz sorrir como
Nos leva a chorar –
Ardido e doce cebola.

Indolente
move-se o moinho de vento
vai devagarinho
feito piá pirracento.

No peito marcado
o coração já cansado
arquiva tuas lutas
do presente, do passado.

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