Levantar a bandeira da superação do analfabetismo, incluindo o analfabetismo digital, é um dever de toda a escola que deseja educar de fato. Um exemplo disto foi a atividade realizada pelo Colégio Estadual Ayrton Senna, de Toledo, com os alfabetizandos do programa Paraná Alfabetizado. Acompanhados da alfabetizadora Rosane Felipe e do responsável pelo laboratório de informática, Jorge Bregolato, eles fizeram uma “aula diferente”. Diante do computador, muitos deles pela primeira vez, puderam visualizar na tela aquilo que aprendem no dia-a-dia das aulas.

Escrever o alfabeto e o próprio nome, localizando cada letra no teclado e podendo vê-las na tela do computador, ou ver as fotos da turma no site da escola, foram algumas coisas simples mas que deixaram os alunos encantados. Entre os vários motivos que os trouxeram de volta à escola, coisas também simples que a leitura proporciona: a independência de embarcar no ônibus correto sozinho, ler o preço dos produtos no supermercado e poder fazer os documentos. "O motivo que me fez voltar a estudar foi a oportunidade de fazer meus documentos", diz a alfabetizanda Oraide. Mesmo a turma sendo nova - um mês de aula - eles dizem já ter aprendido bastante, “A gente já conhece muitas letras, faz algumas palavras”, relata Valdir.

Em uma conversa rápida, foi possível perceber que quem está no programa são pessoas que, por um motivo ou outro, tiveram dificuldades em estudar no passado. “O estudo faz muita falta”, relata Valdomiro, 53 anos, e sua colega Marlene completa, “às vezes a gente não sabe nem o que tem na mão porque não tem leitura”.

Resgatando a autoestima
Segundo a Coordenadora local do programa, Claudete Hirano, o programa Paraná Alfabetizado é destinado às pessoas maiores de 15 anos que não tiveram a oportunidade de aprender a ler e a escrever na idade certa. Um dos benefícios do programa, de acordo com ela, é resgatar a autoestima das pessoas. "Quando eles aprendem a ler e escrever, um novo horizonte se abre, isto se vê nas histórias que eles contam", reforça.

Esta alegria do aprendizado contagia também os alfabetizadores, “nós conseguimos vivenciar a evolução das pessoas”, relata a alfabetizadora Rosane. Ela completa dizendo que está vendo a evolução do aprendizado, ao mesmo tempo que participa do processo, sendo motivo de muito orgulho, “é muito gratificante esta experiência”, afirma, e completa dizendo “aprendemos muito com as histórias de vida e experiências deles”.

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