Núcleo Regional de Educação de Laranjeiras do Sul
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05/06/2017
O Fantástico presente no cotidiano! PROJETO: Cotidiano e Absurdo: Uma Proposta de Trabalho com Contos de Murilo Rubião e de J. J. Veiga
O gênero conto foi escolhido por ser uma narrativa breve e concisa, contendo um só conflito, uma única ação, um número restrito de personagens, criando um universo de seres e acontecimentos, de fantasia ou imaginação. Nessa esfera, pensei em vertentes mais contemporâneas, sendo o gênero fantástico, por ser a produção do impossível, das hipóteses falsas, não sendo um gênero que busca apenas o entretenimento, mas também que visa apresentar assuntos inquietantes para o homem atual como: os avanços tecnológicos, as angústias existenciais, a opressão, a burocracia e a desigualdade social, características presentes no conto “O Pirotécnico Zacarias” de Murilo Rubião e no conto “Os Cavalinhos de Platiplanto”, de J.J.Veiga. Vários contos foram apresentados, mas para análise foram escolhidos esses dois contos, pela abrangência de temas que auxiliaram na ampliação de horizontes literários.Com a meta estabelecida, a leitura foi sendo desenvolvida no aluno, pelo prazer de ler, que foi se adquirindo à medida que foi exercitando e motivando a leitura, pois a necessidade desta só acontece com a própria leitura, porque ler é uma atividade de conquista em que os resultados não são imediatos, exigindo muito esforço, dedicação e empenho. Assim, esse Projeto foi trabalhado de acordo com o método recepcional que, segundo Bordini e Aguiar (1993), conforme expressam as DCEs (2008, p. 74) possuem as seguintes etapas:
1ª - Determinação do horizonte de expectativas
2ª - Atendimento ao horizonte de expectativas
3ª- Ruptura do horizonte de expectativas
4ª- Questionamento do horizonte de expectativas
5ª- Ampliação do horizonte de expectativas
A fim de investigar a preferência de leitura dos educandos, um questionário foi realizado, determinando, assim, seus horizontes de expectativas, o que caracteriza a primeira etapa do método recepcional. Depois, foi trabalhada a leitura de um conto maravilhoso, que é a mais próxima desse horizonte de expectativas, como pôde nos mostrar o resultado do questionário. Só então foram trabalhados os contos de J. J. Veiga e de Murilo Rubião, a fim de ofertar material que possibilite o alargamento do horizonte de expectativas dos educandos, pelo questionamento das relações entre cotidiano e absurdo. Em seguida, foi proposta uma atividade de produção textual, que resultou em uma exposição de figuras que enfocaram o “estranho”, ou seja, ações e objetos que deveriam impressionar ou indignar a todos, mas que costumam passar desapercebidos em nosso cotidiano.
A partir do fantástico, é possível revelar e problematizar a vida e o ambiente que conhecemos do dia-a-dia, mostrando verossimilhança ao leitor com seu contexto e sentindo que a leitura literária transforma e humaniza o homem e a sociedade.